Lucas Souza Publicidade

9 de dez de 20182 min

Brasil sobe dez posições em ranking de países com maior risco climático

© Getty Images Brasil subiu dez posições no ranking de países mais impactados por eventos climáticos extremos, passando de 89º para 79º em 2017

Eventos extremos como secas e chuvas intensas, com deslizamentos de
 
terra, têm sido cada vez mais frequentes no Brasil e já deixam o país
 
numa situação mais vulnerável em termos de perdas. É o que mostra a nova
 
edição do Índice Global de Risco Climático elaborado pela organização
 
Germanwatch e lançado nesta terça-feira, 4, na Conferência do Clima da ONU que ocorre em Katowice (Polônia).

O
 
Brasil subiu dez posições no ranking de países mais impactados por
 
eventos climáticos extremos, passando de 89º para 79º em 2017, na
 
comparação com 2016.

O ano passado, de acordo com o levantamento,
 
foi o campeão em perdas relacionadas ao clima. Pelo menos 11.500 pessoas
 
morreram em decorrência de eventos climáticos extremos, que levaram a
 
prejuízos de cerca de US$ 375 bilhões.

O principal vetor das
 
perdas e danos foi a temporada de furacões particularmente forte que
 
atingiu o Mar do Caribe. Tanto que Porto Rico e Dominica foram os países
 
que, respectivamente, ocupam o primeiro e o terceiro lugar no ranking.
 
Ambos foram fortemente atingidos pelo furacão Maria, um dos furacões que
 
mais causou mortes e prejuízos já registrados.

“Tempestades
 
recentes com níveis de intensidade nunca antes vistos tiveram impactos
 
desastrosos”, afirmou David Eckstein, da Germanwatch, principal autor do
 
índice, em comunicado distribuído à imprensa.

O segundo país no
 
ranking foi o Sri Lanka. Lá, chuvas excepcionalmente fortes causaram
 
inundações que mataram 200 pessoas e deixaram centenas de milhares de
 
pessoas desabrigadas. Esse tipo de evento – tempestades e suas diretas
 
implicações, como inundações e deslizamentos de terras – foi a principal
 
causa de dano em 2017. Entre os dez países mais afetados, quatro foram
 
atingidos por ciclones tropicais.

Apesar de os países em
 
desenvolvimento estarem entre os mais afetados e também serem os que
 
mais têm dificuldade para se recuperar (oito dos dez mais afetados são
 
nações com baixa renda), o aumento do risco também se observa em países
 
ricos. Portugal, por exemplo, passou da 21ª posição no ranking em 2016
 
para a 11ª na edição deste ano, por causa dos incêndios florestais. No
 
caso dos Estados Unidos, a mudança foi ainda maior: saltaram da 28ª
 
posição para a 12ª, também como reflexo dos furacões.

De 1998 a
 
2017, Porto Rico, Honduras e Mianmar foram as nações mais afetadas, de
 
acordo com o índice de longo prazo. Neste período, globalmente mais de
 
526.000 mortes foram diretamente ligadas a mais de 11.500 eventos
 
climáticos extremos. Os danos econômicos foram de aproximadamente US$
 
3,47 trilhões.

Para o futuro, a tendência é que esses eventos
 
piorem no mundo inteiro com a intensificação das mudanças climáticas,
 
alerta o relatório.