Brasil anda na contramão do cresciemnto sustentável
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Brasil anda na contramão do cresciemnto sustentável



Há uma percepção equivocada sobre a desvalorização do dólar no mercado doméstico. A grande imprensa passa a imagem de que o dólar barato traz benefícios para o País. O mercado financeiro comemora a cada baixa de dólar. A classe emergente fica eufórico com o dólar baixo porque possibilita fazer viagens ao exterior e fazer compras de coisas mais comuns como vestuário. Os sucessivos governos estimulam o dólar baixo para dar “sensação de bem estar e de poder de compra”. Tanto o governo como o mercado financeiro são “imediatistas”, preferem viver no mundo de “fantasia”. É assim que o Brasil anda na contramão do crescimento que todos nós esperamos.

Ontem, cada dólar comercial valia R$ 3,26, isto em consequência da taxação de impostos de importação pelo governo Ronald Trump dos Estados Unidos sobre o aço e alumínio. Com o dólar baixo ou o real valorizado, a consequência para indústrias de aço e alumínio é devastadora, pois que mais de 1/3 da produção brasileira se destina ao mercado americano. Vamos lembrar que o setor emprega cerca de 50.000 trabalhadores diretos e outros tantos indiretos, no momento que o País tenta retomar o crescimento.

O brasileiro tem memória curta.  No dia 1ª de fevereiro de 2016, portanto há pouco mais de dois anos, o dólar fechou a R$ 4,1655, o máximo da história do Plano Real. Claro que o Banco Central interveio no mercado, como faz sempre que tem volatilidade. Nem é preciso dizer que o Banco Central “intervém” no mercado de moedas (dólar) toda vez que se faz necessário. Vamos deixar claro, para definitivamente parar de brincar, que o Banco Central não pratica “câmbio flutuante” ao extremo rigor. Para melhor ilustrar, catei um gráfico elaborado pelo Estadão, em setembro de 2017, para mostrar a evolução do dólar desde janeiro de 2011, com diversas intervenções no meio do caminho.


Os analistas de investimento e a maioria dos que atuam no mercado financeiro comemoram toda vez que o dólar baixa. Certamente os “emergentes” que pretendem fazer viagem para exterior também ficam eufóricos.  Para os consumidores de produtos importados é motivo de comentários de rodas sociais dos “emergentes”. É claro que para os jornalistas da Rede Globo é motivo de júbilo, o dólar baixo. Para dizer exatamente o clima, os jornalistas da área econômica ficam “eufóricos” com o dólar baixo.

O dólar baixo ou o real valorizado, com cotação de dólar no ao redor de R$ 3,30, favorece aos empresários do além fronteira. Com o dólar baixo ou o real valorizado, os chineses são os primeiros a comemorar. Explica-se, os investimentos dos chineses no Brasil ficam mais baratos. Com o dólar barato fica mais fácil vender produtos chineses do que os produzidos no Brasil. O dólar barato ou o real valorizado cria emprego lá fora e criando desemprego aquém fronteira.

Se fizer a paridade do real em relação à moeda americana, a nossa moeda está valorizada em cerca de 30% ou até mais. A consequência é que o setor produtivo sai prejudicado com o dólar barato ou o real valorizado, porque perde a competitividade. Quando o PT assumiu o poder em 2003, quando a indústria brasileira respondia por 26% na formação do PIB. Os governos do PT/MDB desmontou o setor industrial. Hoje, o setor responde por menos de 12% do PIB, distanciando cada vez mais dos países desenvolvidos. Nem é preciso lembar que o setor industrial é que cria maior parte dos empregos formais.

Vou ser achincalhado, por esta matéria. Eu estou consciente disso. Estou indo na contramão da opinião da equipe econômica comandada pelo Meirelles. Estou indo na contramão dos melhores analistas econômicos do País. Estou indo contra opinião dos mais renomados jornalistas econômicos da Rede Globo. No entanto, fico muito à vontade, em defender política monetária bem diversa da que é defendida pelos “vendilhões” da República.

Não sirvo para papel de “bobo da corte” como os acima citados. Afirmo, sem medo de errar que o Brasil anda na contramão do crescimento sustentável. Brasil tem vocação de andar de lado, infelizmente.

Ossami Sakamori

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