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Novo cangaço aterroriza o interior

Atualizado: 14 de jun. de 2023

Josiel Barros

Uma nova modalidade de crime se inspira no passado e desafia as forças de segurança pública.


foto ilustrativa Conexão Tocantins

Nas primeiras décadas do século passado, Lampião e o seu bando cercavam as cidades e atormentaram seus moradores. Por anos, o nordeste brasileiro foi alvo do cangaço que marcou profundamente a vida social do sertanejo com violência e mortes.


De alguns anos para cá, uma nova modalidade de banditismo tem se estabelecido no Brasil e, em alguns aspectos, guarda semelhança com as ações criminosas do famoso bandoleiro, Virgulino Ferreira da Silva, autoproclamado capitão do sertão. Pelas estratégias, audácia e ações violentas, esses ataques criminosos têm sido denominado de "Novo Cangaço", expressão usada para caracterizar ações de criminosos que cercam pequenas cidades, fazem a população refém e assaltam, com uso de violência em muitas agências bancárias.

Essas ocorrências se avolumam por todo o país. Cidades interioranas e desguarnecidas de agentes de segurança são as mais atingidas. Em movimento migratório os bandidos deixam uma região e aparecem em outra cometendo os mesmos crimes.


O Estado de Minas Gerais tem sofrido ataques constantes. No ano de 2021, em Varginha, Sul do estado, 26 suspeitos foram mortos. Em nota, a PRF informou que "a quadrilha possuía um verdadeiro arsenal de guerra, sendo apreendidos fuzis, metralhadoras ponto 50, explosivos e coletes à prova de bala, além de veículos roubados".


Mais recentemente em Santa Leopoldina no Espirito Santo, um grupo de homens armados e encapuzados levou um caminhoneiro como refém ao centro da cidade, fechou as ruas e invadiu três bancos.



No Paraná, em Guarapuava, mais de trinta criminosos atacaram uma empresa de transporte de valores, fizeram moradores reféns e atearam fogo em veículos à frente do batalhão da Polícia Militar daquela cidade.

Mais Recentemente as quadrilhas se movem para o Norte e Centro Oeste do país. Cerca de quinze homens levaram terror à cidade de Confresa (MT) e em Tocantins três marginais morreram em confronto com a polícia.


No interior da Bahia, quase todas as cidades já foram atacadas por essas quadrilhas. Em Morro do Chapéu, homens fortemente armados tocaram terror na cidade em ataques às agências bancárias lá existentes.

Cafarnaum, a 430 km de Salvador é a cidade mais visada pelos criminosos. Por várias vezes, as agências foram saqueadas e na última vez, a quadrilha composta por oito homens roubou meio milhão de reais. Na fuga, fizeram funcionários reféns e atearam fogo em veículos à saída da cidade.


Bandidos explodiram a agência do Banco do Brasil de América Dourada causando pânico à população. O prédio da agência veio abaixo e carros foram queimados em plena praça pública.


Em 29/02/2016 João Dourado, Criminosos atacaram a cidade com armamento pesado, fuzis e metralhadoras. Saquearam a agência do Banco do Brasil e a destruiram. Conforme relatos de testemunhas era por volta das 3h, quando a quadrilha formada por 15 homens invadiu a cidade. Usando explosivos, estouraram o cofre e os caixas eletrônicos e levaram todo o dinheiro.


Em Barra do Mendes, um grupo assaltou o Banco do Brasil a 534 km de Salvador. Segundo informações da polícia, homens armados abordaram os funcionários e clientes tornando-os reféns.


Agentes da polícia fizeram buscas na região sem encontrar vestígios. A ação criminosa iniciou com uma série de tiros, que assustou e levou pânico aos moradores da praça central, onde fica localizada a agência. "Foram momentos de muito medo e terror", disse uma comerciante.

No dia 20.03.2017, em ação cinematográfica filmada por câmaras da prefeitura, a cidade de Irecê com quase 80.000 habitantes foi tomada por assaltantes fortemente armados. Dezenas deles foram distribuídos em frente à delegacia, batalhão do exercito e nas agências bancárias. A ação criminosa se tornou frustrada mais pela complexidade da ação do que pela resistência das forças policiais.


Eles não param. Apenas mudam de região, mantendo o mesmo modus operandi. Invadir pequenas cidades, fazer da população refém e explodir caixas eletrônicos e cofres de agências bancárias. Essa modalidade de crime tem sido um grande desafio para o sistema de segurança pública do país.

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