O Congresso do Peru aprovou nesta quarta-feira (7) o impeachment do presidente esquerdista Pedro Castillo. Mais cedo, o chefe de Estado havia anunciado estado de exceção e que dissolveria parcialmente o Congresso. O placar da votação foi de 101 votos a favor, 6 contra e 10 abstenções.
Nesta quarta-feira (7), estava marcada a audiência de moção de censura no Congresso peruano. Castillo deveria responder à acusação feita pelo Legislativo de ter “incapacidade moral permanente” para governar.
Horas antes da votação, Castillo dissolveu os poderes Legislativo e Judiciário, convocou eleições para uma assembleia constituinte e decretou estado de exceção, o que inclui toque de recolher. Crucialmente, as Forças Armadas e a Polícia não apoiaram o golpe.
Castillo anunciou as medidas, em cadeia nacional de televisão, horas antes de sofrer a terceira votação por seu impeachment no Parlamento, no qual a oposição tem maioria. Pedro Castillo foi detido após dissolver o Congresso e sofrer um processo de impeachment.
Forças Armadas do Peru pedem para população manter a calma e confiar nas instituições
As Forças Armadas do Peru emitiram um comunicado conjunto nesta quarta-feira (7) para pedir para a população manter a calma e confiar nas instituições do país. No texto, acrescentam que as Forças “respeitam a ordem constitucional estabelecida” e citam o artigo 134 da Constituição Política.
“Qualquer ato contrário à ordem constitucional estabelecida constitui uma violação da Constituição e gera descumprimento por parte das Forças Armadas e da Polícia Nacional do Peru”, afirma o comunicado.
Pelo menos 10 ministros de Castillo renunciam após decisão do presidente de dissolver o Congresso
Pelo menos dez ministros de Estado do Peru apresentaram suas renúncias em protesto contra a decisão do presidente Pedro Castillo de dissolver o Congresso e convocar eleições parlamentares antecipadas poucas horas antes que o Congresso votasse sobre seu impeachment.
Entre eles estão o ministro do Meio Ambiente, Wilbert Rozas, o ministro das Finanças, Kurt Burneo, o ministro das Relações Exteriores, Cesar Landa, e o ministro da Justiça, Felix Chero, que anunciaram suas renúncias via Twitter na quarta-feira.
Ministro da Economia e Finanças, Kurt Burneo
“Com a violação do estado de direito e em linha com os meus princípios democráticos, apresento a minha renúncia irrevogável ao cargo de Ministro da Economia e Finanças.”
Por CNN Brasil
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