Dilma, o pior ainda está por vir !
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Dilma, o pior ainda está por vir !



O Brasil caminha a passos largos para a recessão técnica, estimado por mim em 2% negativo de crescimento do PIB. Todos indicadores apontam para isto. A projeção do Banco Central de estabilidade ou crescimento próximo de 0% não corresponde à realidade. Apenas um tapa olho momentâneo.

A inflação oficial do mês de janeiro bateu 1,24%. O índice de fevereiro já aponta o índice próximo do número de janeiro, em função da alta dos combustíveis e o efeito cascata deste. Não será diferente o índice de fevereiro ao do mês de janeiro. O efeito acumulado dos dois meses do ano, já vai apontar metade do índice previsto pelo governo como meta para o ano inteiro, isto é 4,5%. Resta ainda a inflação dos 10 meses restantes.

A taxa Selic está hoje em 12,25% ao ano e deve haver ajustamento da taxa na próxima reunião do COPOM em no mínimo em 0,5%, prevalecendo os juros reais em torno de 5% ao ano. A equipe do governo, equivocadamente, considera a alta taxa Selic como medida para conter a inflação, o que eu discordo e acho erro sistêmico da política econômica da Dilma. Os juros reais tão altos é como botar mais lenha na fogueira.

Conjunturalmente, os preços de commodities no mercado internacional estão em baixa, puxado pela baixa demanda da China, da Europa e da Rússia. Os grãos que são os carros chefes para fechar a balança comercial brasileira em positivo encontram mercado desfavorável em função de vários fatores entre os quais a previsão de boas safras nos EEUU. No mercado de carnes e derivados as previsões são pessimistas em função da depressão da economia russa, principal comprador do nosso produto.

O continuado aquecimento da economia americana, que terminou o ano de 2014 em 2,4% do PIB, o Federal Reserve – Banco Central americano, ameaça elevar os juros pagos às aplicações de curto prazo dos atuais 0,25% ao ano para patamares antes do estímulo da economia ou seja nos níveis de 2,5% ao ano. Os investidores em títulos ou bônus do mercado global ou os agiotas internacionais procuração aplicações mais seguros do que no título como pouca credibilidade como o do Tesouro brasileiro, apesar dos juros reais o mais alto do mundo junto com a Turquia entre os 40 maiores economias do mundo.

A fuga de capital especulativo estrangeiro, volume hoje estimado pelo Banco Central em torno de 18% do total da dívida interna, correspondente a próximo de R$ 600 bilhões, faz o dólar experimentar a alta, apesar da intervenção do Banco Central com os títulos denominados swap cambial tradicional com estoque de US$ 100 bilhões, hoje.

Nos últimos dias, o mercado financeiro experimenta a fuga de capital que está a traduzir alta do dólar no mercado. Hoje no meio do pregão, experimentava um novo patamar recorde desde 2004 ou seja R$ 2,88 para cada dólar. O efeito da valorização do dólar ou desvalorização do real, tem o lado positivo nos itens de exportação mas encarece os produtos manufaturados importados, acendendo ainda mais fogueira da inflação.

O efeito do risco do sistema Petrobras continua mais do que nunca, vivo. O risco sistêmico da Petrobras é de R$ 700 bilhões, como já foi amplamente exposto por este blog. O efeito do risco sistêmico da Petrobras, já está presente nas manchete de jornais diariamente. No meu entender, feito cálculos aproximados, 50% da queda do PIB estimado por este blog em 2%, corresponde ao risco sistêmico Petrobras.

Os ajustes das contas públicas anunciados pelo ministro Joaquim Levy da Fazenda, estimado em cerca de 1% do PIB, correspondente a cerca de R$ 52 bilhões, representa muito pouco em termo de volume  de dinheiro para sensibilizar os investidores e os agiotas internacionais permanecerem com investimentos no Brasil.

Quero dizer que o efeito devastador dos outros itens da economia como demonstrado no início desta matéria suplantam de longe o efeito positivo do ajuste fiscal do Levy. Apertem os cintos que o Brasil viverá um dos piores momentos da economia, só visto no último ano do governo Sarney e no primeiro ano do governo Collor.

Não será o Lula e nem o João Santana que reverterá a situação da baixa popularidade da Dilma.

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Ossami Sakamori

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