II Festival Radioca faz apanhado da música brasileira contemporânea. 
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II Festival Radioca faz apanhado da música brasileira contemporânea. 

O evento acontece nos dias 3 e 4 de dezembro, no Trapiche Barnabé, em Salvador, com nomes como Jards Macalé, Aláfia e Dona Onete no line-up, além de feira criativa e debates

Música brasileira contemporânea em sua diversidade de estilos, feira de produtos criativos e debates: este é o mixque compõe o Festival Radioca, que, em sua segunda edição, se consolida como espaço de encontro entre o público baiano e a produção independente. O evento acontece nos dias 3 e 4 de dezembro, às 16h, reunindo oito atrações musicais de várias partes do país no Trapiche Barnabé (Av. Jequitaia, n. 5, Comércio – Salvador). As entradas custam R$30 e R$15 (meia) e estão disponíveis no site Sympla, nas lojas Mito (shoppings Salvador e Paralela) e RV Cultura e Arte (Av. Cardeal da Silva, 158, Rio Vermelho). A realização é da Tropicasa Produções com o patrocínio do Governo da Bahia e da Skol, através do programa FazCultura.

Originado do programa de rádio de mesmo nome, que leva para a Educadora FM 107.5 novidades da música brasileira independente, sem apostar em apenas um único estilo, o festival prima igualmente pela diversidade. Para formar esse “colorido de sonoridades”, estão na programação nomes como Giovanni Cidreira (BA), com sua mistura de MPB setentista, soul music e indie rock, e a sonoridade universal de Josyara (BA), fortemente influenciada por ritmos tradicionais brasileiros, ambos de uma safra recente da música baiana. A surf music dos Retrofoguetes (BA), banda instrumental que mistura tango, mambo, jazz, polca, bossa nova, cinema e quadrinhos, completa o time da casa.

Um dos objetivos do Radioca é trazer trabalhos inéditos para a cidade, caso de “Selvática”, disco mais recente de Karina Buhr (PE), que não teve apresentações em Salvador, e da banda Carne Doce (GO), que ainda não foi vista por aqui, dois trabalhos com fortes discursos feministas. Outra atração inédita é a big band Aláfia (SP), com seu rap-funk-de-terreiro e suas letras que expõem tensões e contradições da sociedade contemporânea.

Completam o line-up dois veteranos cujos trabalhos soam atualíssimos. O sempre vanguardista Jards Macalé apresenta clássicos do seu repertório e músicas raras gravadas nos anos 1970. O show é fruto do lançamento de‘’Jards Macalé – Anos 70’’ (Selo Discobertas), box que reúne fonogramas raros e inéditos e reedições de seus dois primeiros álbuns, lançados na década de 1970. Dona Onete (PA), que aos 76 anos é a musa da música paraense contemporânea, traz seu carimbó chamegado, cheio de sensualidade.

“Acreditamos que o Brasil vive um ótimo momento na música, com uma produção fértil e criativa. Tentamos trazer nomes que achamos relevantes e que tenham trabalhos interessantes”, explica o jornalista Luciano Matos, que divide a curadoria com os músicos Roberto Barreto (BaianaSystem) e Ronei Jorge, apresentadores do programa de rádio e profissionais atuantes no cenário da música independente nacional.

Além das apresentações musicais, artes visuais, moda, design, decoração, música, cosméticos, culinária e afins estarão reunidos na edição especial do Mercadilho, projeto criado pela artista Andrea May, que articula criatividade e ações colaborativas para fazer circular o trabalho de criadores de várias partes da Bahia. No festival, serão 16 expositores, com destaque para criações inspiradas na música.

Antes da abertura dos portões do Trapiche Barnabé para a maratona de shows, a produção do Radioca promove debates sobre o diálogo da música com outras linguagens. No sábado, os designers Iansã Negrão e Rex, da Santo Design, com mediação de Ronei Jorge, tratam de “Identidade Visual – A Construção de Carreiras Além da Música”. Já no domingo, o assunto é “A Relação da Nova Música Brasileira com a Mídia”, reunindo os jornalistas Roberta Martinelli, apresentadora do programa Cultura Livre (TV Cultura) e Som a Pino (Rádio Eldorado), Alexandre Matias, do site Trabalho Sujo, e Daniela Souza, da Educadora FM 107.5, com mediação de Luciano Matos. Os debates acontecem no Trapiche Pequeno, 2º andar (Rua do Pilar, n. 40), das 13h30 às 15h30, com entrada gratuita.

Sobre as apresentações

Carne Doce: O grupo goiano formado pelo casal Salma Jô (voz) e Macloys Aquino (guitarra), João Victor Santana (guitarra), Ricardo Machado (bateria) e Aderson Maia (baixo) se apresenta pela primeira vez em Salvador no II Festival Radioca, no dia 3 de dezembro, no Trapiche Barnabé.  Com dois discos – Carne Doce (2014) e Princesa (2016) – a banda faz um indie rock marcado pela poesia das letras de Salma. O show por aqui será baseado no disco mais recente, que traz forte discurso feminista e aborda temas como tirania, sexo e aborto.

JosyAra: Natural de Juazeiro, a cantora, compositora, arranjadora e instrumentista JosyAra mistura na sua música ritmos brasileiros de diversas regiões, principalmente do sertão, a sonoridades mais universais. Seu trabalho é influenciado por por artistas como Gal Costa, Chico César, Caetano Veloso, Cátia de França e Belchior. Para o show no Radioca, estará acompanhada dos músicos Tomás Bastos, no baixo, e Ariel Coelho, na percussão e bateria. Ao invés do violão, que ela costuma tocar em suas apresentações, a guitarra completa o power trio e promete arranjos mais rock’n’roll. No repertório, canções de seu primeiro disco (UniVersos, 2012) e novas composições. O show contará também com participações especiais de músicos baianos na percussão e nos sopros.

Jards Macalé: Moderno na essência, inquieto e irreverente, Jards Macalé sempre esteve ligado aos principais nomes da vanguarda cultural. Sua obra se mantém atual e é cada vez mais valorizada, com discos reeditados e remasterizados, conquistando novas gerações interessadas no melhor da cultura musical brasileira das últimas décadas. Jards sobe ao palco do Festival Radioca para o lançamento da caixa ‘’Jards Macalé – Anos 70’’ (Selo Discobertas). Acompanhado por Domenico Lancelotti na bateria e Alberto Continentino no baixo, Jards Macalé presenteia o público de Salvador com apresentação em primeira mão de algumas músicas raras gravadas em 1970. No repertório ainda composições essenciais como Farinha do Desprezo, Movimento dos Barcos, 78 Rotações, Hotel das Estrelas, Negra Melodia e Mal Secreto.

Karina Buhr traz para Salvador o show de “Selvática”, seu terceiro álbum solo, lançado em 2015, trabalho guiado pela temática feminista e totalmente autoral. Baiana, criada em Recife e radicada em São Paulo, Karina tem uma fértil carreira como cantora, compositora, escritora, ilustradora e atriz. Sua presença de palco marcante garante sempre performances arrebatadoras. No palco do Radioca, estará acompanhada por Mau (baixo), Bruno Buarque (bateria), André Lima (teclados) e Caetano Malta (guitarra). 

Giovani Cidreira apresenta o seu trabalho de cantor, compositor e arranjador no II Festival Radioca, no dia 04 de dezembro. Músico atuante no cenário soteropolitano e ex-vocalista da banda Velotroz, segue em carreira solo desde 2014, produzindo um estilo que mistura, dentre outras coisas, MPB setentista, soul music e indie rock. No repertório do show, uma mistura de músicas do EP “Giovani Cidreira” (2014) com canções de seu primeiro álbum solo, que será lançado em 2017. Além de Giovani na voz, violão e teclado, a banda é composta por Lelo Brandão (baixo), Junix Costa (guitarra), Normando Mendes (trompete) e um baterista surpresa. 

Retrofoguetes: Surf music, tango, mambo, jazz, polca e bossa nova se misturam no trabalho dos Retrofoguetes, grupo instrumental surgido em Salvador em 2002. Atualmente formada por  Morotó Slim (guitarra), Julio Moreno (guitarra), Fábio Rocha (baixo) e Rex (bateria), a banda faz um som extremamente visual e bem-humorado, com ambientação no cinema, quadrinhos e antigos seriados de TV. No Radioca, eles apresentam repertório do seu disco mais recente “Enigmascope – Volume 1” (2016), mescladas a músicas dos discos anteriores, “Ativar Retrofoguetes” (2003) e “Chachachá” (2009).

Aláfia: Formada por Eduardo Brechó (voz e guitarra), Jairo Pereira (voz), Xênia França (voz), Lucas Cirillo (gaita), Alysson Bruno (percussão), Pedro Bandera (percussão), Pipo Pegoraro (guitarra), Felipe Gomes (bateria), Gil Duarte (trombone e flauta), Fabio Leandro (teclados), Gabriel Catanzaro (baixo) e Vinícius Chagas (saxofone), a big band paulista Aláfia faz um som que mistura a linguagem das ruas com a ancestralidade afro-brasileira. Rap, música de terreiro, MPB e funk são costurados por letras que expõem tensões e contradições da sociedade contemporânea. Com dois discos, “Aláfia” (2013) e “Corpura” (2015), o grupo se apresenta pela primeira vez em Salvador no Festival Radioca.

Dona Onete: Musa da nova geração da música paraense e criadora do “carimbó chamegado”, Dona Onete acrescenta uma pitada de sensualidade e letras sobre o amor aos sons amazônicos. Aos 76 anos, em suas performances serelepes e sensuais, é acompanhada por talentos da música paraense: Pio Lobato, na guitarra; Vovô, na bateria; JP, na percussão amazônica; Breno Oliveira, no contra-baixo, e Daniel Serrão, no teclado e sax. Norepertório, canções do álbum “Feitiço Caboclo” (2012), como “Proposta indecente”, “Amor brejeiro”, “Poder da sedução”, “Moreno Morenado”, “Feitiço Caboclo” e “Jamburana”, além de canções do seu segundo álbum, “Banzeiro”, lançado neste ano, como “É no sabor do beijo”, “Tipití”, “Rio das Flores” e “Banzeiro”.

Governo da Bahia e Skol apresentam 

II Festival Radioca

Quando? 3 e 4 de dezembro, 16h

Quem? Josyara, Carne Doce, Jards Macalé e Karina Buhr (03.12) e Giovanni Cidreira, Retrofoguetes, Aláfia e Dona Onete (04.12)

Onde? Trapiche Barnabé (Av. Jequitaia, n. 5, Comércio – Salvador, BA)

Quanto? R$30 e R$15 (meia)

Vendas: Sympla, lojas Mito (shoppings Salvador e Paralela) e RV Cultura e Arte (Av. Cardeal da Silva, 158, Rio Vermelho)

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