Machiavelli está vivo! Coluna de Genaldo de Melo #Compartilhelsp
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Machiavelli está vivo! Coluna de Genaldo de Melo #Compartilhelsp

Genaldo de Melo

Numa de suas mais famosas cartas políticas, distribuídas aos pretensos amigos, datada de 25 de dezembro de 1514, dirigida a Francisco Vettori, quando de seu famoso retiro espiritual-político, o mais famoso cientista político de todos os tempos, pois foi quem ajudou a esboçar de fato o Estado Moderno tal como o conhecemos hoje, Niccolò Machiavelli, aconselha o homem a não investir jamais no papel da neutralidade na política.

Ou seja, Machiavelli já defendia naquele tempo que não se pode servir ao mesmo tempo a dois senhores, ou escolher não servir a nenhum, que estão na mesma batalha política concorrendo vitórias em projetos diferentes. Segundo seu conselho à Vettori “um neutro  é sempre odiado pelos que perdem e desprezado pelos que vencem”. Porque segundo o mesmo discurso de sua famosa carta “é preferível perder tudo, mas corajosamente, do que só um pouco, mas vergonhosamente”.

Leonel Brizola, um dos políticos brasileiros mais amados, e mais vencedores em seus intentos políticos, como bom seguidor de conselhos políticos que funcionam na prática, se vivo estivesse ficaria horrorizado com tamanha falta de perspicácia do presidente aqui na Bahia hoje do partido que ele mesmo criou.

O Deputado Federal Félix Mendonça Jr. (PDT), querendo subestimar a inteligência daquele que conseguiu comprovar de fato que foi sempre um bom assessor do ex-Governador Jacques Wagner (tanto que quando todos diziam que o mesmo era um ilustre desconhecido, que seria derrotado nas urnas vergonhosamente, ele ganhou foi mesmo no primeiro das eleições do último outubro), queria servi-lo, e ao mesmo servir ao prefeito ACM Neto de Salvador.

Pretendo entender que ficou difícil para o Governador da Bahia, Rui Costa (PT), aceitar em sua casa um moço que queria ao mesmo controlar a Secretaria da Agricultura, e ao mesmo manter uma estrutura de poder controlada por ele mesmo, através de sua irmã, Andréa Mendonça, na casa do futuro adversário em 2016, e provável general da oposição em 2018, quando Rui apresentará para os baianos para a que veio e pedi de novo que as urnas o sagrem como bom combatente.

É! Aqui parece que está muito longe de Carlos Luppi, presidente do PDT Nacional, substituir Leonel Brizola no quesito compreensão de como funciona as regras práticas da política! Quer dizer então que Félix queria está dos dois lados, e decidir somente de que lado fica de verdade em meados de 2016? Não tem a mínima de lógica nisso!

Sapiente foi ACM Neto (DEM), prefeito da capital, ficando quieto, pois depois do revés sofrido com a perda do PTN, que muito lhe ajudou a derrotar o grupo de Rui Costa nas eleições municipais de 2012, fica com os minutos sagrados de televisão do PDT. Mas assim mesmo não acredito que ele iria também aceitar tamanha neutralidade política da turma do PDT Estadual.

Segundo o próprio homem de Florença “acredito que conservar-se neutro entre dois povos em guerra é arriscar-se voluntariamente a ser odiado e desprezado”. Mas o que a turma quis foi pior, quis ficar dos dois lados como se não fosse também uma forma de neutralidade quieta e pretensamente sabida.

Quem ganhou com a decisão de não querer uma espécie de espião dentro de seu Governo foi Rui Costa, pois pelo que vemos no cenário colocado, todos os deputados do PDT ficarão ao lado do próprio Rui Costa. Marcelo Nilo, Roberto Carlos, Euclides Fernandes, Paulo Câmara e o novato Vitor Bonfim deixam claro que homens de posição política jamais poderão está em dois lados no mundo político.

A Félix Mendonça Jr. (PDT), fica o ensinamento de que a vontade de controlar poderes através de tentáculos familiares é coisa pequena que nunca funcionou desde das épocas do ostracismo espiritual-político de Niccolò Machiavelli. Em seu Partido quem mais ganhou foi mesmo Marcelo Nilo, pois fica com a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização, coordenada pelo seu amigo Nestor Duarte, e ainda caminha em “céu de brigadeiro” para mais uma vez ser presidente da Assembleia Legislativa da Bahia.

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