Coluna: O fim do governo Temer.
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Coluna: O fim do governo Temer.



A permanência do presidente Michel Temer ficou insustentável após a revelação das gravações feito pelo empresário estelionatário Joesley Batista, o “fanfarrão”. Presidente Temer não encontrou justificativa convincente sobre o encontro com o Joesley Batista, realizado às altas horas da noite, no porão do Palácio Jaburu, residência oficial.

A defesa do presidente Temer, inicialmente, quis invalidar a gravação, sem contestar o conteúdo nada republicano havido entre ambos, no mês de março.  Na tarde de ontem, os advogados de defesa do Michel Temer, recuaram ao pedido inicial de suspensão da investigação autorizada pelo ministro Edson Fachin, prevendo a negativa do pedido pelo pleno do STF.  Foi um recuo tático do Temer investigado.

Presidente Temer quer a todo custo demonstrar que ele tem o controle sobre a base aliada, convocando-a para atividades normais no Congresso Nacional nesta semana, à partir de hoje. Duvido que a base aliada obedeça cegamente ao pedido do Michel Temer. Os partidos de oposição já anunciaram “obstrução” à qualquer iniciativa de votação dos projetos do Palácio do Planalto.

Os principais partidos aliados do presidente Temer, pelo menos em público, anunciam apoio ao Temer. Mas, nos bastidores, esperam que o TSE na reunião convocada para dia 6/6 venha cassar a chapa Dilma/ Temer, para não agravar ainda mais a crise de governabilidade. Os partidos aliados, no meu ver, apesar parecer atitude aparentemente “em cima do muro”, estão conduzindo o processo de sucessão, com muita cautela. Todo e qualquer congressista estão de olho nas próprias reeleição em 2018.

Na área econômica, o mercado internacional está demonstrando “exaustão” à crise que iniciou com a eleição da Dilma Rousseff para o segundo mandato. As agências de classificação de riscos, estão rebaixando as notas de crédito do Brasil e das principais empresas brasileiras, após a crise Temer. O mercado está na posição de “vendedor” do que de “comprador”.  Nos primeiros dias da crise Temer, o mercado acionário brasileiro já perdeu o seu “valor do mercado” cerca de R$ 220 bilhões, correspondente aos valores negociados na BMF/Bovespa.

A crise política e financeira que se instalou no Brasil só vai mudar com a renúncia ou afastamento do presidente Temer e ter um nome capaz que conduza o país durante o período tampão, isto é, até 31 de dezembro de 2018.  Vamos deixar claro, também, que a possibilidade de volta do ex-presidente Lula, via eleição indireta, é nula.

Ossami Sakamori

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