A abertura do aguardado Festival de Inverno do pitoresco Município de Morro do Chapéu, na última sexta-feira, dia 04, foi surpreendida por intensos protestos liderados pelos professores da rede municipal de ensino. Em meio à ornamentação festiva e à expectativa de diversão, os educadores se uniram para denunciar o que chamam de perseguição sistemática por parte da gestão municipal.
Lílian Maria de Almeida, coordenadora da Associação dos Professores Licenciados da Bahia (APLB), o sindicato que representa a categoria, não hesitou em expressar sua indignação: "Os professores estão sendo humilhados, silenciados e assediados moralmente pela gestão municipal. A educação está caótica, a cada dia a perseguição torna-se mais cruel, adoecedora."
Entre as queixas levantadas pela APLB, destaca-se a transferência arbitrária de diversos professores para diferentes locais de trabalho, sem qualquer explicação ou justificativa pública. Além disso, a prefeita da cidade foi acusada de descontar os dias de atestados médicos apresentados pelos profissionais, gerando indignação e revolta na classe.
Uma série de denúncias também foi feita em relação ao tratamento dispensado aos professores nas escolas. Segundo o sindicato, muitos educadores relataram serem alvo de gritos por parte da direção das escolas em que trabalham. Além disso, foram mencionados casos de congelamento de gratificações sem fundamentação legal.
Lilian ressaltou a importância de aproveitar o momento do Festival de Inverno para conscientizar os visitantes sobre as dificuldades enfrentadas pelos professores e alunos. "Por isso e por tantos outros motivos, nós aproveitamos o momento do Festival de Inverno para que os turistas da Bahia tomem conhecimento das mazelas que se escondem por trás da ornamentação dessa grande festa."
Os professores ergueram cartazes e faixas, deixando claro que estão dispostos a resistir e lutar por uma educação que realmente faça diferença na vida daqueles que mais precisam. A líder do Partido dos Trabalhadores (PT) local, Sheila, também professora, fez duras críticas à prefeita, acusando-a de promover uma gestão perversa e perseguidora, distorcendo fatos e manipulando meios de comunicação.
Além das questões de perseguição e assédio, os educadores também destacaram a ausência de programas de recuperação das aprendizagens para os alunos após a pandemia. De acordo com a coordenadora da APLB, os alunos enfrentam dificuldades para se recuperar dos dois anos de ensino inadequado, sem projetos pedagógicos específicos para essa finalidade.
O Festival de Inverno de Morro do Chapéu continuará com sua programação até o próximo domingo, com apresentações musicais de destaque, porém, o clamor dos professores permanecerá como um eco constante, lembrando a todos que por trás da festa há questões importantes que não podem ser ignoradas.
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