Mercado do produtor da Região de Irecê
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Mercado do produtor da Região de Irecê

Josiel Barros


O entreposto mercado de Irecê aproxima produtores rurais de consumidores, facilitando a venda e barateado o preço das mercadorias.


São três horas da manhã e as equipes começam a se movimentar. Os permissionários que têm direito de explorar os boxes e as “pedras” estão a postos. Alguns já dormem no local e os outros vão chegando bem cedinho. “É preciso deixar tudo arrumado que os clientes vão chegando”, diz seu Raimundo expondo os produtos nas caixas.


É assim todas as segundas, quartas- feiras e também aos domingos no Mercado do Produtor em Irecê (Ba). “Esses são os dias de movimento aqui na CEASA, mas, o melhor dia é quarta-feira”, afirma Val da verdura com um sorriso aberto ainda bem cedo.


Foi uma obra esperada há anos e só entregue em 2018 há cinco anos atrás pelo então governador Rui Costa. Com seis mil metros quadrados, contendo 40 boxes, 46 pedras (bancadas para exposição), praça de alimentação e estacionamento para 300 caminhões. O mercado do produtor atende as necessidades de Associações, Cooperativas, comerciantes e produtores rurais. Circulam, nos momentos de pico, algo em torno de 2.000 pessoas e sua "população" constante é de 200 a 300 pessoas entre compradores e vendedores.


As atividades concentram-se na venda atacadista de produtos agrícolas da região ou trazidos de Juazeiro e Chapada Diamantina que são negociados diretamente por produtores ou por compradores que vão até as propriedades. Estes são chamados de atravessadores.

Já os carregadores são em torno de 20 trabalhadores e forma uma classe especial. São eles que transportam as mercadorias em carrinhos ou nos braços mesmo. Mal remunerados e sem muita instrução, estão ali para servir em troca de alguma moeda ou gorjeta. Uma caixa de tomate para ali, um saco de pepino a acolá e, como trabalhadores informais vão contribuindo com o sucesso da “feira”, como eles chamam as de atividade diárias no mercado do produtor.


Manoel Messias alega ter vindo de Salvador onde já trabalhava com verdura e agora, na região de Irecê planta cebola e banana que ele mesmo comercializa: “Trabalhava em Salvador, lá eu ficava no Cabula com uma quitanda. Há um ano resolvi me mudar para Irecê com a intenção de plantar e vender bananas, afirma o entusiasta vendedor”.


Adailton Guedes é outro que está satisfeito com a atividade. Dono de loja de móveis em Irecê e resolveu fechá-la para dedicar-se exclusivamente a compra e venda de verduras. O carro chefe do seu negócio é o tomate que traz da Chapada Diamantina. “Meus produtos são de qualidade: Batata inglesa e tomate longa vida que reservo para os fregueses, diz Adailton confessando que sua esposa, dona Sizenaide e o filho trabalham com ele. “O difícil é a mão de obra. Não se acha mais ninguém para trabalhar. Estou com um caminhão parado por falta de motorista”, conclui.


O sr. Jeová Neri é outro que valoriza seu trabalho que chama de ganha pão: “Aqui é bom demais. Não falta dinheiro no bolso. Chego três da manhã e nove horas já estou em casa, afirma aos 55 anos de idade e há 15 trabalhando na informalidade. E o senhor paga o INSS? Pergunto. “Pago não. Lá na frente à gente ver como é que fica”, respondeu sorrindo acompanhado do filho adolescente Asafe Neri que também ajuda o pai nos dias de pico.


Paulo Souza é o fiscal geral. Por ele passa toda mercadoria de entrada e saída. Está sempre alerta as novidades que aparecem. Questionado sobre volume de mercadoria que movimenta o mercado, diz não saber e com ajuda do controlador de entrada Ícaro, o controlador de entrada: Como está o movimento hoje? Confirma que só hoje, 14.05.23, já entraram 270 veículos entre caminhões e camionetes, carregados de frutas de frutas e verduras.


Decorridos quatro anos desde a inauguração o Mercado do Produtor já é um grande sucesso em negociações e gerador de emprego e renda. Há uma expectativa que mais produtores rurais descubram o projeto e tenham melhores remunerações pelos seus produtos vendidos.

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